quarta-feira, 13 de julho de 2011

Ter ou Ser


É precisamente, por nos relacionarmos a partir do que "já temos" que nos relacionamos a partir do MEDO.
Já temos medo.
Ele está lá e é sempre accionado. SEMPRE. E se está DENTRO, tanto pior. Já lá está.
É o que temos. Não o que SOMOS.

O que SOMOS, está por «debaixo» do que temos e SUPORTA o que cada um TEM.
Não o que cada um É.

Vê o que cada um É, como um Carro.
Cada um é um modelo diferente. Correcto? Mas mal sai da fábrica, ou mesmo antes de sair, cada um já tem um destino.... Lol. Já está numerado e vai ter um percurso a percorrer.

Ao longo desse percurso, irá fazer os seus Km, receber as suas cargas e as suas pessoas que nele viajarão. Os seus proprietários. etc.
Esse carro quando voltará a ser livre, do que tem? Quando for para a sucata.

Para poder, em vida útil ser LIVRE, terá de descobrir a sua liberdade do Homem e descobrir como iniciar a ignição (novo começo) e andar Livre.

Achão que algum carro poderá, um dia, fazer isso?
Na imaginação já pomos os carros a falar, a dançar e até a Amar, é só ver o filme, que lhes criámos, (que criamos para nós, mas deixá-los, partir, ??? .... Assim somos nós.

Quando voltarmos ao ponto de partida e libertarmo-nos do número de série do motor, (o cunho sob o qual aceitámos viver e ao qual entregámos o nosso amor) e descobrirmos como "ligar" o NOSSO motor, descobriremos a via para a liberdade. E aí, só aí, é possível ao Amor, emergir. Livre. Mas essa, é a via do despojamento. Mas é a única via, para o Amor. Não há outra. Toda a outra via é a via do MEDO. Do Apego, da Dor e da solidão constante mesmo que rodeados de milhares de pessoas.

Enquanto não abrirmos mão desse medo, andaremos a dar as mais vistosas guinadas, nas estradas, de que há memória.
Pois o que importa, para esta existência, é ficar na memória, dos homens.
É como se isso, resgatasse toda a nossa existência. O sentirmo-nos importantes para alguém, ou para com algo.

Até lá carregaremos com coisas e pessoas, até à exaustão.

É isso o que queres, para a tua vida?

Então, desapega-te.
Liberta-te do que tens e carregas. Do que te aperta e oprime.

Deixa sair. o que tens.

Deixa vir, o que és. Sem medo.

Com Amor.




Queres SER?

Larga o que TENS.

Seja lá isso, o que for.

sábado, 26 de junho de 2010

Conhecimento. Engodo.


Não há nada que se saiba hoje que já não tenha sido dito ou feito, no passado.
Há escritos milenares que relatam e afirmam verdades, que hoje, ainda batem em alguns cabeçudos que não querem "escutar". As pessoas só gostam das verdades se lhes forem transmitidas por, "sedução". Ninguém gosta de ouvir uma verdade. Excepto se esta lhe for transmitida com "engenho e arte" pelo "artista" (por isso é, ... artista), nem se apercebem do que estão, a "comer". E assim, é, com tudo na vida.
As pessoas GOSTAM de ser enganadas. E o 1º nível de engano, o mais básico, é, a vaidade.

Porquê? Perguntais vós.
Simples; porque o nível básico da nossa existência é, a "sobrevivência".

É giro ver o que se descobre se formos ver o significado da palavra a um diccionário etimológico de Português.

O engano é, um engodo.
A vaidade,a ilusão de uma preferência à vida.

Quando nos sentimos "preferidos/seduzidos" é como se as nossas células se "Animassem" e ficassem "despertas". Parece que ganhamos ânimo.

Sabem porquê? Mais uma vez, ...
Simples! Porque sentimos o apelo da vida, a atracção que resulta de uma ilusão de que a "vida" nos escolheu, para não estarmos na condição básica. A sobrevivência. Se a tudo isto, juntarmos a ilusão de que "animação, curtes, dinheiro, viagens, etc" é que é ter vida, ou, pior, saber, viver... claro. Depois, é quando o amor faz falta, para a "malta" sentir-se animada, de forma a que tudo faça, ou tenha, um sentido, ainda maior. Porque se for só para isso, ... já sabe a pouco.

Quando, as pessoas, começarem a compreender que em nada disto, é ou está, Amor, dão o 1º passo, em direcção à vida.

Não desanimem.

O Amor está bem mais próximo, do que aquilo que "pensais".

Mas é importante deixar de o confundir com o amor, em cuja "maionese" se navega.

Simples.

Né?



Att.


domingo, 21 de fevereiro de 2010

SUCESSO - em PAZ de ESPÍRITO


O que é, o SUCESSO?

O que é que me permite afirmar.
  • Ali vai um homem/mulher de Sucesso.
  • Sou uma pessoa com Sucesso.
  • Tenho, ou tive, Sucesso na vida.
  • A minha/aquela vida, é um Sucesso.
  • Obtive Sucesso nisto... ou, naquilo...
  • Já fiz muitas coisas na vida.

Pelo mesmo parâmetro, também afirmo.
  • Não tenho/tive, Sucesso.
  • Sou uma nulidade.
  • És uma nulidade. Um inútil.
  • Para que é que serves? Para nada.
  • Quando é que vais ser alguém na vida?
  • Ter, Sucesso em alguma coisa?

Na prática, passamos de pessoas de Sucesso a pessoas de "não sucesso" num ápice. Daí aquela expressão: "De bestial a besta".

Não só num desporto, medido pelos resultados efectivos, mas em todas as coisas da nossa vida.

A Lista, é infindável.

  • Casei com um homem/mulher, rico/a.
  • É Dr. ou Eng. e é da família... tem "nome"... descende "de"...
  • Sou o mais belo/a.
  • Os meus filhos estudam na escola/faculdade... lá fora... São os mais...
  • Tenho uma casa com piscina que me custou, ... num sítio "xpto".
  • Tenho um carro último modelo e topo de gama de uma marca...
  • Fui viajar em 1ª classe para... todos os sítios maravilhosos do mundo (é só escolher).
  • Tenho um cargo de chefia... liderança... administração na empresa...
  • Sou "dono" da minha empresa e facturo X milhões/ano.
  • Sou o "melhor" do mundo...
  • etc... etc...


Cada um sabe de si.
Do que diz e do que ouve/ouviu dizer.



Por oposição, temos toda a negação ao acima descrito.

E passamos da exuberância do que temos ou alcançámos, ao desespero e depressão com maior ou menor rapidez, conforme o "caso", circunstância ou pessoa do momento.

Então procuramos acumular "momentos" de sucesso, na nossa vida há falta de melhor que garanta, "uma boa vida".


Mas, e o que sacrificamos por/em cada um desses momentos?

O que tive de fazer para alcançar algo que seja de facto, um sucesso?

  • Quanto sofri para estudar e "ser alguém", na vida?
  • Quanto de mim investi?
  • Que sacrifícios fiz ou por mim fizeram?
  • Se já estou "lá em cima", o que tive de fazer para manter-me?
  • E a custo de quê e/ou de quem?
  • A quem tive de "atropelar" para chegar "lá"?
  • Que favores fiz, ou pedi que me fizessem?
  • Quanto me comprometi?
  • Quem comprometi?


As primeiras exigências vêm dos pais.

Há que garantir a subsistência.

A sobrevivência.

A descendência da família.

O bom nome...



No meio, no princípio ou no fim, afinal, quem sou eu?

Porque, de facto faço, o que faço?

O que me motiva, impele, quase que secretamente por vezes, a fazer o que faço?

O que me vincula a isso?

Porque não descanso enquanto não o fizer?

Para quê/quem o faço?

De certeza, por mim?

De certeza?

O que aconteceria se deixasse de o fazer?

Que "mundo" cairia?

O meu?

Que mundo criei, crio ou estou a criar. É para mim?

O que "secretamente" estou a honrar ou a ser leal?

A quem e para quê?

Faço o que sou. Ou sou o que faço?

E faço e sou, sucesso?

A sério?



Vejam isto.


Não é, coincidência, quando se pergunta a alguem. - o que fazes?

A resposta ser. - Sou Médico. Eng. Advogado. Sapateiro. Professor. etc...


No entanto, qual foi a pergunta?

A verdade, é que só depois de "cairmos" é que começamos de facto a falar sobre o que fazemos. Até aí, continuamos a dar a mesma resposta, qual cassete...

Ora experimentem com os vossos amigos.




Ser/ter Sucesso, é tão mais uma questão de vitória em vitória momentânea até ao reconhecimento da vitória final, onde realizados, gozamos o resultado desse reconhecimento até, ao esquecimento.



Durante quanto tempo é que de facto conseguimos suster a "respiração", do "momento" do sucesso?

Até ao próximo acontecimento.


Contudo, o sucesso tal qual como o conhecemos, é maior quantas pessoas englobar.


Se um país se torna campeão do mundo num desporto muito popular, goza desse facto, goza de facto e mesmo desse facto, até quando?

Até ao momento em que surge a primeira preocupação, real, decorrido desse facto.

Como continuar a ser campeões?

Mesmo que durante um breve momento, no tempo, tenhamos realizado algo, verdadeiramente importante, o sabor desse sucesso, é momentâneo.


De repente, lembro um filme, "o Candidato" com o Robert Redford, em que ele de advogado de causas sociais decide seguir os passos do pai, na política, e candidatar-se a Senador. Jovem, com carisma, casamento arruinado mas que "serve" o "propósito", consegue vencer e ganhar as eleições. E naquele momento, em que todos os colaboradores e apoiantes celebram a vitória, ele refugia-se da multidão com o seu conselheiro de campanha e pergunta-lhe: "e agora?". O outro, olha-o, espantado, surpreso com aquela pergunta, reflecte e considera todo o quê do que haviam vivido e trabalhado que era, "chegar ali. Vencer. Sem resposta cabal, vai para dar-lhe uma daquelas respostas, "rápidas", quando a porta abre-se e irrompe a multidão para festejar com eles. O conselheiro só consegue, encolher os ombros...



Vejam o sucesso dos grandes descobridores, inventores, políticos, filósofos, guerreiros, atletas, todas as façanhas do Homem, como terminaram? Que lhes sucedeu?



O que nos motiva a ir mais longe, rápido, alto que os outros e passar por tantas e tantas coisas. O que de facto justifica, "tudo isso"?



O Sucesso?

De quê?


Para quem?




O verdadeiro sucesso, está em sentir-mo-nos em cada momento realizados, não por orgulho, soberba, com aquela paz de espírito de um desejo ou necessidade concretizada. - "eu consegui o que queria". "Mostrei(-lhe) como era, quem sou."

Mas sim, a de uma Paz de Espírito, como a de uma criança que ao deitar-se, sente-se feliz por "saber" que o pai e a mãe, a amam. E que só por isso, o mundo, é um lugar seguro.

E saber que o Pai e a Mãe a ama, irrestritamente, sem pôr "a cabeça a pensar"... e a querer dar "a volta" com justificações, como: "porque sim. pois é claro. eu também"; e por ai afora,... há quanto tempo é que "isso" não acontece?

Alguns há que nunca o sentiram.



Quantas vezes, para sentir verdadeira Paz de Espírito, não tivemos de abdicar de algo, ou alguém?

O que estávamos a fazer, para termos de o fazer?

Que vínculo eu estava, verdadeiramente, a "celebrar"?


Se somos, mesmo, em Verdade, Felizes com a vida que temos e levamos, então somos pessoas de Sucesso em Paz de Espírito.


Se algo, por um breve momento, nesse sucesso, nos incomoda ou perturba, então o sucesso decorre de um estado de entusiasmo momentâneo por algo realizado que por muito bom e importante que seja, e aí, não há paz de Espírito, o sucesso, tem os seus dias contados.



Um exemplo?

Uma festa de casamento.

Uma boda com tudo e todos.

Do bom e do melhor.

Até há primeira preocupação. Discussão.

A discussão já surge para manter o estado "de sucesso", activo.



O Verdadeiro Sucesso, não pergunta à Paz de Espírito como o Ser.

E vice-versa.



O Verdadeiro Sucesso É Paz de Espírito.








Luís mvm



segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

A "tentação".


Surge-nos, normalmente, por parte daqueles que nos estão próximos e que nos querem, a "seu serviço".

E pedem-nos para sermos/fazermos isto ou aquilo, de forma a podermos corresponder às "suas expectativas" pessoais. Assim, poderemos ser aceites no "grupo".

Isto leva-nos a "ceder" aos «nossos princípios e convicções internas» e despoja-nos de qualquer grau de confiança em nós mesmos. Coloca-nos à mercê da "consideração dos outros".

Isto obriga, da nossa parte, a aderir à consciência do grupo a que queremos pertencer. Mesmo que não seja a nossa.

O preço a pagar, pode ser o desviar do nosso «eu» interior, para um lugar onde "ele", não «incomode».

Ao ceder a estas "tentações", estamos também a dar resposta, sob pressão, a algo que consideramos como "nosso".

Não o é.

Porém, já o tomámos.

Já o temos como adquirido.

É necessário.

Dói; mas como é por "amor", ou "convicção profunda", o que para o "embrulho" dá no mesmo, "segue".


Fazemo-lo para agradar aos pais.

Ao companheiro/a.

Aos amigos.

A um trabalho.

A um grupo social ...

E achamos que está certo mas, ... algo «cá dentro» anda a «moer»...


Sabemos que não é nada disso... e como nada é eterno, que não seja «Verdade», chega a um ponto, «rebenta». E quanto mais "reprimido" tiver sido, maior é o "estrago".


A questão, então, é:

  • Como mantermo-nos «livres», interiormente, e permanecer no nosso rumo, de acordo com a nossa «Verdade Interior»?

Compreender que o que nos está a ser pedido, o que normalmente implica uma mudança de atitude ou comportamento (quase sempre, a "forma", raramente, o «conteúdo». Porquê? Porque se se compreendesse, o «conteúdo», não se pedia, "mudança". E o que nos está a ser pedido é que "(nos) entreguemos", a «nossa forma o eu», e "aceitemos ser controlados" por quem pede/alicia e não «nos reconhece»), só favorece a quem me pede que mude, de acordo com a necessidade que o "outro" tem que «eu» pertença, mas só se for de acordo com a "forma" que o "outro", reconhece.

Não aderir a estes princípios, "forma", é automaticamente ser-se excluído e tornarmo-nos pessoas "non gratas" no grupo.

Em qualquer grupo.

A começar... pelas famílias.


Outra questão é:

  • Até onde se consegue "resistir", para não ceder, "a essas influências" que me desvirtuam de mim mesmo?...


Perseverar.


Tudo o que me liberta «Interiormente» de qualquer compromisso que me "corrompe" é mais um passo no caminho correcto a um encontro com uma «Verdade Universal» que me transcende.

A mim, a qualquer pessoa, enquanto indivíduo.

A que todos somos chamados, convidados, a fazer parte e a entrar.

Nesse «lugar» onde TUDO, faz sentido.

TUDO.


Outra grande questão, que geralmente é respondida de "forma" inconsciente, é:

  • Que estou eu disposto a mudar, de modo a romper com o que me fez aderir a uma "forma" de ser/estar que me desvirtua, interiormente?


Se responderam "tudo", é porque não conhecem o "adversário".

Como podem então, reconhecerem-se? ...

O "ego" respondeu.


Voltar ao «eu» interior, regressar ao «caminho» onde me «reconheço» e ao qual pertenço e faço parte, não é "tarefa" para "egos".


É tarefa, para uma «compreensão» preparada a promover a mudança «Interior» que me põe de acordo comigo, o meu caminho e o meu propósito mais abrangente, a uma «Verdade Universal» a que todos, sem exclusão, pertencemos.




Att.


Luís Viegas Moreira





segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

FAMÍLIA - Conclusão.


O workshop de Constelações Familiares

dedicado ao tema: FAMÍLIA; permitiu elevar a compreensão das relações pessoais entre os vários elementos da mesma família e da coabitação entre diferentes sistemas familiares por parte de um mesmo elo comum, entre todos.

Também é correcto afirmar que veio trazer alguma "perturbação" ao entendimento que se tem/tinha do sistema de relação entre pais, filhos e avós.


Quando um amor não é entregue na sua plenitude aos pais, transforma-se no, resgate do amor, para com um filho, futuro. Ao qual procuramos entregar o que gostaríamos de ter recebido, da "forma" como isso responderia, "às nossas" necessidades de "amor reconhecido".

Porém, o amor que um filho/a, nos dá, não requer resposta.

Requer uma boa recepção desse mesmo amor.


Ao fim e ao cabo não é o que reclamamos de e para com, os nossos Pais?


Assim, para que o Amor flua, é importante reconhecer nas nossas próprias dificuldades de "entender e receber" o amor dos nossos filhos, a mesma dificuldade dos nossos pais em receber o nosso amor.

Ao reconhecer isso, podemos começar por compreender porque insistimos para que os nossos filhos sejam felizes com: "aquilo" que «nós» temos.


Este é o momento de:
  • Começar a abrir portas e acolher, o que "eles" «filhos» têm para dar-nos.
  • Deixar de querer forçar "as portas", dos que (pais) não compreendem e não reconhecem a gratuitidade, do "nosso" amor.

Se tivermos de o fazer, entregar esse amor, teremos de "aprender" como entregá-lo.


As regras de aceitação não são as nossas, mas as das «possibilidades» que nos são dadas por aqueles a quem as queremos entregar.

Ao fim e ao cabo, não é o que todos nós, filhos, aprendemos a fazer logo, desde pequeninos? A ir de encontro às possibilidades que nos são dadas pelos nossos pais, de os amar?

Se compreendermos, que logo aí, as nossas possibilidades são nulas, podemos compreender que não tem de nos "doer" o facto de eles não reconhecerem o nosso amor. Porque no fundo, eles, também estão a «fazer» "o melhor que podem com aquilo que têm".


O problema, reside na nossa necessidade de reconhecimento e aprovação do nosso amor. Como se disso dependesse todo o nosso propósito, nesta vida.

Aí, logo aí, a nossa vida é posta em causa e surge, a sobrevivência!


Com a sobrevivência e a necessidade de sobreviver, a todo o custo, surge o Ego, com as suas mil máscaras, para nos protegermos, do Amor que tínhamos (que temos), para entregar. (Amor que fechámos dentro da "armadura" do Ego).

E para que o Amor «sobreviva», aceitamos carregar com a nossa dor e com a dor dos nossos pais. Procurando dar resposta àquilo que satisfaria e saciaria, aparentemente, o seu amor para com os seus pais, (avós) e daí por diante. O que resulta, nas tramas e emaranhamentos que existe em cada família, com cada um a procurar dar resposta e corresponder às expectativas de "amor", dos outros.



É por isso que todas as religiões e filosofias remetem sempre para a pureza das crianças.

O Amor, antes das expectativas.


Expectativas que criámos, para dar uma resposta (a primeira tentativa/experiência de: "control" por «amor»), à dor, dos nossos pais.

E é aí que «compramos» toda a história de "(des)amor" na nossa família.

À qual procuramos, ingloriamente, querer dar uma resposta, até ao fim dos nossos dias. Fazendo tudo e mais alguma coisa para saciar essa necessidade, o que nos faz, cada vez mais, andar tão desfasados e descentrados, de nós mesmos.


Por isso, "usamos" os nossos filhos, para podermos viver a nossa própria experiência, de amor. (Sem as interferências que comprámos). E com isso, deixamos de ouvir o Amor com que eles, nos brindam. Diariamente. A cada momento. Sem expectativas. Aguardando, sempre e sempre, poderem entregar o seu amor e com isso, tirar-nos da nossa própria dormência de: "amor não reconhecido" cheio de expectativas. (Não foi isso que procurámos fazer, para com os nossos pais, também?).

Ao fim e ao cabo, é a nossa grande possibilidade de voltar a ser criança e de voltar a viver, nesta vida, o AMOR em plenitude.


Quando o Amor, não tem de ser uma resposta, mas pura e simplesmente, sê-lo!




Aos participantes no WS, o meu agradecimento e bem-ajam por terem possibilitado vivermos este dia, numa altura e com um tema sempre muito sensível que contudo, abre a porta àoportunidade de começarmos a viver, o Amor, como no primeiro dia.



Para TODOS, um FELIZ Natal e FELIZ 2010.


Att.

Luís Viegas Moreira.



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

FAMÍLIA.


APESAR de. POR CAUSA de.



Quando se toca no assunto "família" parecem vir ao de cima, cargas, toneladas de "coisas" que emergem sabe-se lá de onde.

Vem o que vivemos. O que sentimos. O que ouvimos. O que guardamos na memória. O que é nosso. O que é dos outros. O que julgamos. O que guardámos em nós. O que pensamos. As penas e os amores. O que queríamos e o que tivemos. O que continuamos a querer e parece não encontrar "como". O que demos. O que não demos. O que não sabemos como dar. O que não sabemos como tomar. Porque de facto há "coisas" que não fazem mesmo qualquer sentido. De todo.


Mas se alguém disser mal da nossa família e que a ela não pertença... enche-mo-nos de brio e ai daquele/a que o diga. Pois estamos imediatamente prontos, para a defender. Mesmo com risco da nossa própria vida. "Isso é que era bom". "Era o que faltava". A coisa mais sagrada que temos, perante os outros, seja quem for, é a nossa própria família.

E porquê?...

Porque é através da nossa família que asseguramos a nossa própria existência.

Sem ela, não estaríamos aqui. Não existiríamos.

Quando pensamos nisso, é sempre em relação à nossa família de origem. Mesmo que no momento imediatamente a seguir nos venha uma lembrança que nos remete para uma dor (memória) que nos atormenta, proveniente dessa mesma, nossa, própria família.

A excepção a esta reacção, é quando encontramos um/a companheiro/a com quem damos início à nossa própria Família. A actual. Se for caso disso, para criar condições de estabilidade e sobrevivência, afasta-mo-nos da nossa família de origem para garantir "espaço" que faça às duas perdurarem no tempo e nos nossos corações. (Memórias).

É claro que nem sempre isto é necessário, porque até podemos encontrar "alguém" com quem se torna possível manter essa convivência de modo são. Equilibrado. Harmonioso ou sobre, "tensão ajustável".

Quando não, criamos uma ruptura "saudável" que mantenha a possibilidade de criar vida (filhos) de forma segura para com as duas famílias. A continuação da existências dessas duas famílias depende desse precário equilíbrio. (Exclusão).

O elemento fulcral é sempre aquele que estabelece a ligação entre essas duas famílias. O filho/a que se afastou para garantir a existência da família que aceitou criar com seu companheiro.

A esta "exclusão", é inerente um "amor" enorme!

Só um amor enorme permite a uma pessoa afastar-se, excluir-se para garantir que o seu amor (por) seja reconhecido noutro (por alguém) que justifica a exclusão e ao mesmo tempo, "o Retorno a Casa".

Não há nenhum filho / excluído que não anseie pelo retorno ao seio da sua família. Para quê? Para finalmente poder ver reconhecido o amor que lhes tem e que pura e simplesmente, não pode ser entregue.

É a entrega deste amor que nos faz girar à volta do mundo e mais além, vezes e vezes sem fim num enorme carrossel que uma vez feito, concluído, permite-nos sentir, "realizados".

Até lá, continuamos a deambular pela vida, esperando por essa, "oportunidade".


Por isso, apesar da família que temos e por causa do amor que lhe temos, continuamos a viver vidas que possibilitem o resgate da oportunidade da entrega reconhecida, desse amor.

E quando a impossibilidade nos transcende, "vale tudo".

A dor sobrepõe-se e "tudo" se justifica.


Mas há um "lugar" onde tudo faz sentindo.

E é na procura desse "lugar" que percorremos "vidas" de "enganos".

Quando, de facto, chegamos lá, sentimos uma paz e uma tranquilidade que nos inunda. Porque na compreensão de algo "maior" está a libertação desse vínculo de "entrega e reconhecimento".

Nesse lugar, encontramos precisamente aqueles por quem percorremos "eternidades".

A esse lugar, podemos chamá-lo simplesmente, Amor.




Att.


Luís Viegas Moreira


quarta-feira, 18 de novembro de 2009

ESPERA



"Quando estamos entre dois momentos na vida, em que o que foi já não faz sentido e o que vem ainda não chega, é o momento ideal para estabelecer as fundações, do NOVO."








O momento em que nos sentimos em "ESPERA" pode ser terrível.


A ansiedade, as expectativas, a vontade de lá chegar, o desejo de ver "realizado", geram em nós um "contra-fluxo" que nos cansa. Desgasta. Mói. E depois, quando "chegamos", estamos tão cansados e desgastados pela nossa própria fogosidade que o momento de encontro se esvai, sem qualquer usufruto enriquecedor.


Resultado: Nunca mais vamos querer ouvir falar em tal "coisa".


Mas vamos continuar o "resto" da nossa vida ansiando por que se realize.




Assim, seja porque estamos a mudar de vida, casa, trabalho, carro ou de companheiro/a, o momento mais importante, é o momento em que nos preparamos para largar o que já, não "serve".


Já não serve o nosso propósito de vida. Desgastou-se com o tempo ou cumpriu a sua tarefa. Pelo que há que dar por concluído o propósito realizado.




Quando aqui chegamos, executamos um movimento. Da forma como executamos esse movimento, preparamos a chegada do novo.


Se fazemos as coisas às "três pancadas", em desespero, remorso, ou sob qualquer tipo de pressão, o tempo de travessia do deserto, será sem dúvida maior. Porque o que nos impulsiona é uma ruptura abrupta, para a qual será necessário tempo para "cicatrizar" essa mesma ruptura e o que provocou em nós.


Se compreendemos o "movimento" interno, em nós e a própria mudança, ela será suave, tranquila e acolheremos o NOVO, em nós, de forma harmoniosa.




É neste momento de transição, em que nos "organizamos" nesta mudança que se tomam as grandes decisões. Elas já tiveram início no momento em que tomámos a ruptura com o "velho" em nossas mãos.


Por vezes criamos "inconscientemente", ou não, situações que despoletam essa mesma ruptura e "obrigamos" outros, a fazerem por nós o que não queremos ser nós a assumir. Regra geral, isso dá-se por um movimento violento, ou agressivo.




Seja como for que se dê a passagem entre os dois momentos, o Velho e arcaico o que já não faz mais sentido e o Novo, o que vislumbramos, sentimos e cremos ser para o que vimos (Ser/Ter), é nesse preciso momento de transição que podemos fazer o correcto Luto do que vai e nos desprendemos dos velhos hábitos de pensar, sentir e olhar-mo-nos a nós próprios, aos outros e à vida.


É o momento em que nos "organizamos" e pomos em ordem, com a Nova Ordem na Vida.


Ao fazermos isto, compreendemos a finalidade e o propósito do que acabámos de viver. Fosse por curto ou por longo tempo. Nesse preciso momento, despedi-mo-nos em paz. E rodamos o nosso corpo de encontro ao caminho que nos aguarda para viver novas experiências e desafios.




De alguma forma, a imagem do "cowboy" solitário, montado em seu corcel, dirigindo-se no sentido do sol-pôr rumo ao (horizonte) seu Destino... faz todo o sentido.


Porque no princípio como no fim, esse momento entre o de onde venho e o para onde vou, mesmo que acompanhado, é sempre solitário.




E é nesse momento que decido, o como viver, a minha vida.








Luís Viegas Moreira








O presente texto serve de reflexão ao WS de Constelações Familiares a realizar no dia 29 deNovembro de 2009. Para mais informações ver: ACTIVIDADES.